A Inconfidência Mineira foi uma revolta ocorrida em 1789, na então capitania de Minas Gerais contra o domínio português. Transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros. A conspiração pretendia eliminar a dominação portuguesa das Minas Gerais e estabelecendo ali um país livre.
Não havia a intenção de libertar toda a colônia brasileira, pois naquele momento uma identidade nacional ainda não havia se formado.
Na segunda metade do século XVIII a Coroa portuguesa intensificou o seu controle fiscal sobre o Brasil, proibindo, em 1785, as atividades fabris e artesanais na Colônia e impondo altos preços aos produtos vindos da Metrópole. Estes fatos atingiram expressivamente as classes abastadas de Minas Gerais (proprietários rurais, intelectuais, clérigos e militares) que, descontentes, começaram a se reunir. A conspiração pretendia eliminar a dominação portuguesa e criar um país livre. A forma de governo escolhida foi o estabelecimento de uma República, inspirados pelas idéias iluministas da França e da recente independência norte-americana. Curiosamente, a conspiração foi desmantelada em 1789, ano da revolução francesa. O movimento foi traído por Joaquim Silvério dos Reis, que fez a denúncia para obter perdão de suas dívidas com a Coroa. A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos, e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A bandeira idealizada pelos inconfidentes foi adotada pelo estado de Minas Gerais.
Após a Inconfidência Mineira outra importante revolta ocorreu no século XVIII, a Conjuração Baiana. A então capital Salvador fervilhava com queixas contra o governo, cuja política elevava os preços das mercadorias mais essenciais. O clima de insubordinação contaminou os quartéis, e as idéias nativistas que já haviam animado Minas Gerais, foram amplamente divulgadas, encontrando eco sobretudo nas classes mais humildes.
Os revoltosos pregavam a libertação dos escravos, a instauração de um governo igualitário (onde as pessoas fossem promovidas de acordo com a capacidade e merecimento individuais), além da instalação de uma República na Bahia. Em 12 de Agosto de 1798, o movimento precipitou-se quando alguns de seus membros, distribuindo os panfletos na porta das igrejas e colando-os nas esquinas da cidade, alertaram as autoridades que, de pronto, reagiram, detendo-os. Tal como na Conjuração Mineira, interrogados, acabaram delatando os demais envolvidos.
O movimento envolveu indíviduos de setores urbanos e marginalizados na produção da riqueza colonial, que se revoltaram contra o sistema que lhes impedia perspectivas de ascensão social. O seu descontentamento voltava-se contra a elevada carga de impostos cobrada pela Coroa portuguesa e contra o sistema escravista colonial, o que tornava as suas reivindicações particularmente perturbadoras para as elites. A revolta resultou em um dos projetos mais radicais do período colonial, propondo idealmente uma nova sociedade igualitária e democrática. Foi exemplarmente punida pela Coroa de Portugal.
Este movimento, entretanto, deixou profundas na sociedade soteropolitana, a ponto tal que o movimento emancipacionista eclodiu novamente, em 1821, culminando na guerra pela Independência da Bahia, concretizada em 2 de julho de 1823, formando parte da nação que emancipara-se a 7 de setembro do ano anterior, sob império de D. Pedro I.
Passado esses dois fatos importantes, em 7 de março de 1808, quando Dom João VI fugiu de Napoleão Bonaparte, deixando Lisboa para fazer do Rio de Janeiro a sede do Império.
Tudo aconteceu devido ao bloqueio continental imposto por Napoleão Bonaparte. A economia portuguesa havia muito se encontrava subordinada à inglesa. Daí a relutância de Portugal em aderir incondicionalmente ao bloqueio. Napoleão resolveu o impasse ordenando a invasão do pequeno reino ibérico. Sem chances de resistir ao ataque, a família real transferiu-se para o Brasil em 1808, sob proteção inglesa. Começou então, no Brasil, o processo que iria desembocar, finalmente, na sua emancipação política.
Para a Corte de Lisboa colocou-se a seguinte situação: permanecer em Portugal e sucumbir ao domínio napoleônico ou retirar-se para o Brasil. Esta última foi a solução defendida pela Inglaterra.
A iminente invasão francesa tornou inadiável o desfecho. A fuga da Corte para o Rio de janeiro, decidida na última hora, trouxe, não obstante, duas importantes conseqüências para o Brasil: a ruptura colonial e o seu ingresso na esfera de domínio da Inglaterra.
Chegando ao Brasil, D. João estabeleceu a Corte no Rio de janeiro e em 1808 decretou a abertura dos portos às nações amigas, pondo fim, na prática, ao exclusivo metropolitano que até então restringia drasticamente o comércio do Brasil.
O fim do pacto colonial só ocorreu em 1808, com a vinda da família real para o Brasil. Dom João, Príncipe Regente, assinou uma carta Régia abrindo os portos às nações amigas, ou seja, o Brasil deixava a partir desta data de comercializar somente com Portugal. Outra medida importante foi a liberação para que a colônia passasse a produzir manufaturas. Dom João esperava, com esta atitude, impulsionar a produção manufatureira aqui no Brasil, mas isto não ocorreu.
Com a vinda em 1808 da família real, e em conseqüência a abertura dos Portos, começa a existir problemas com a Inglaterra. Havia a necessidade de uma ruptura interna, a Independência do Brasil se fazia necessária. Caso contrário haveria prejuízos econômicos à antiga colônia. E, esta emancipação política foi iniciada.
A necessidade de uma consciência nacional , a consolidação da unidade nacional viria com a integração das várias províncias da época, o que fora conquistado pela Nova Corte. Esta corte começou a se enraizar no Centro-Sul do novo Império. Esta se dedicou à consolidação de um império no Brasil.
Ocorria disputa de uma estrutura arcaica e feudal versus a inovação da Nova Corte.
Com a ocupação francesa em Portugal, a vinda da família real em 1808 ao Brasil, logo a abertura dos Portos; acarretou uma evasão de moeda ao novo Império.
A viabilização da Metrópole com suas estruturas política, administrativa, econômica e social foi conseqüência dos acontecimentos europeus, da pressão inglesa e da vinda da Corte Portuguesa.
O que era testemunhado na região, por volta de 1816, era a falta de unidade e comunicação entre as diferentes possessões portuguesas no continente americano. A desunião política era evidente entre as capitanias existentes, o quadro era desolador.
As províncias do Norte do Brasil mostravam-se descontentes com a nova política adotada. Havia uma incompatibilidade de poderes. Era o absolutismo e a política mercantilista desfavorável ao novo conceito introduzido. O novo liberalismo econômico transformou a economia da época. Houve uma continuidade da administração e da estrutura colonial na nova Corte.
E assim pela primeira vez observou-se uma preocupação de colônia de povoamento e não apenas de exploração. Começou a existir de fato a interiorização da Metrópole.
D. Pedro proclamou a independência às margens do riacho do Ipiranga em 7 de setembro de 1822. A proclamação da independência do Brasil não provocou rupturas históricas, ou seja, o Brasil manteve a estrutura legada do período colonial, qual seja, a permanência do latifúndio monocultor escravocrata, voltado para atender os interesses do mercado externo.
A monarquia foi mantida como forma de manter os privilégios da classe dominante brasileira.